Série "Sede santos" - Sermão: Aquele que é Santo (Isaías 6.1-3)

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Introdução à série

Irmãos, talvez a doutrina da santidade esteja dentre as mais mal compreendidas e, até mesmo, esquecidas por muitos cristãos. O costume e, muitas vezes, a vã repetição de declarar que Deus é Santo fez com que muitos esquecessem ou mesmo nunca atentassem para as implicações disso. Quantas vezes, muitas pessoas proclamam e cantam que Deus é Santo, porém sem entenderem o que isso significa e no que isso implica!
Em virtude disso, o conceito de santidade tornou-se para muitos algo abstrato e relativo, que nem mesmo compreendem; outros muitos associam santidade a um comportamento moralmente correto diante da sociedade e uma maioria acredita até que trata-se de um atributo que quando aplicado a Deus é coerente, mas ao homem é inconveniente.
Nesse caminho tenebroso, o mundo caminha em dissolução, sem enxergar o quão imundos se encontram, como porcos que chafurdam na em lama e nas suas próprias imundícies; nesse caminho tortuoso, muitos se perdem e são direcionados ao abismo; nesse caminho onde a Santidade de Deus é esquecida, muitos nem mesmo se esforçam no clamor por serem santificados, esquecendo-se das palavras que foram ditas:
Hebreus 12.14 (ARA)
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
A série de sermões que se inicia hoje, tem por objetivo trazer velhas verdades que tornaram-se tão esquecidas e desprezadas nesses dias iluminados pelas trevas da sabedoria mundana. Tem por objetivo apresentar quem verdadeiramente é Deus e quem é o homem. Tem por objetivo mostrar que Deus nos chamou para refletir a sua glória e santidade nesse mundo e não refletir a falsa beleza da decadência humana. Serão três sermões e, pelo menos, três respostas para a necessidade de uma jornada de santificação nessa vida.

Contexto geral do livro e breve panorama

O livro de Isaías é um dos livros mais citados no novo testamento. Ele aborda, de forma tão vívida, as promessas Messiânicas, que muitos o consideram como o quinto evangelho. O livro pode ser dividido em 3 partes que retratam o Messias e a suas obra:
O livro do Rei, dos capítulos 1-37;
O livro do Servo, dos capítulos 38-55;
O livro do Conquistador, dos capítulos 56-66.
Isaias profetizou nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, nos anos de 758 a 694a.C., período no qual o povo vivia uma decadência espiritual considerável. Parecia não haver qualquer temor quanto ao Deus que se denominava como o “Deus de Israel”, de modo que várias acusações quanto a isso são realizadas por Deus através da profecia de Isaias, de modo que, antes do capítulo 6, todos os capítulos (com exceção do capítulo 4) são destinados às acusações contra o povo.
Todos os três retratos messiânicos pintados por Deus, através do profeta Isaías, estão envoltos pelo tema da santidade infinita de Deus e as ofensas de seu povo contra ela. Esse é o conflito que aponta para a necessidade absoluta da jornada do Messias: o Rei que se esvazia de sua condição, é enviado por Deus como Servo e, depois de ter sua obra de serviço completa, se manifesta como o Conquistador de justiça, trazendo juízo e restauração sobre toda a criação.
O tema da Santidade divina é tão importante e expressivo no livro de Isaías que, somente nele, o adjetivo de Santo, direcionado a Deus, aparece 33 vezes, enquanto em todo o restante do Antigo Testamento, ele aparece 26 vezes, de modo que o capítulo 6 parece ser a base para o tema em todo o livro. Isaías parece ser o verdadeiro profeta da santidade, como alguns declaram. Nos primeiros cinco capítulos do livro, o profeta parece estar em uma crescente série de acusações contra os pecados do povo, cada um pior que a anterior, até que surge o capítulo 6, onde uma explosão de manifestação da santidade e glória divina surge no chamado do profeta.

Divisão do texto

Isaías 6.1 - A revelação do verdadeiro Rei
Isaías 6.2 - A vida diante da face do Rei
Isaías 6.3 - O louvor racional ao Rei

A revelação do verdadeiro Rei (Is 6.1)

Isaías 6.1 (ARA)
No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.
O capítulo 6 inicia com uma identificação no tempo de quando os eventos que serão descritos a seguir ocorreram: “No ano da morte do rei Uzias”. A pergunta que surge aqui é se a identificação desse tempo e desse rei tem algum sentido além de uma simples identificação de tempo e espaço onde esse eventos aconteceram. Bem, Uzias havia sido um rei íntegro e poderoso, que havia levado a nação de Judá a uma notável condição de estabilidade, que não se via desde os dias de Salomão.
O chamado do profeta inicia-se então em um momento de aparente instabilidade humana, um ano em que um rei tão promissor para a nação havia morrido e a iminência da instabilidade humana parecia se aproximar mais e mais. É nesse ano, que Isaías parece se colocar às portas do Templo e declarar a verdade absoluta que a maioria do povo de Deus parecia não lembrar ou perceber: ele vê “o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono”. É no momento de grande instabilidade terrena que Isaías vê e entende que o rei humano pode ter morrido, mas o verdadeiro Rei continua reinando soberanamento em seu trono. As paralvras “alto” e “sublime” que são associadas ao trono em nossas traduções na verdade se referem à condição do próprio Rei, o Senhor (“Adonay”), Ele é Elevado (ou exaltado) e Sublime (ou inigualável em glória e perfeição), estando entronizado sobre tudo e todos, governando toda a criação.
Não somente isso, mas Isaías continua a descrição de sua visão declarando que “as abas se suas (do Senhor) vestes enchiam o templo”. As “abas das vestes” parecem se referir a uma longa veste real, uma extensão da glória e santidade de Deus que se extende por todo o templo. A presença de Deus no templo podia ser percebida no lugar santíssimo, porém, todo o templo estava cheio e repleto da glória e santidade dEle. Aqui, lembramos de Is 1.12 onde o povo é acusado de transformar os átrios do templo, lugar cheio da glória da presença de Deus como vemos aqui, em meros currais, onde levavam seus animais para serem abatidos e não verdadeiramente sacrificados.
No ano da morte do rei, Isaías viu o verdadeiro Rei, em sua glória e santidade. Nesse cenário, percebemos que Uzias, apesar de ser listado entre os reis íntegros de Judá, havia esquecido quem era o verdadeiro Rei, o Rei que, agora, Isaías contempla. Em 2Cr 26.16, vemos que Uzias exaltou-se no poderio que Deus havia lhe entregue e queimou incenso no Templo de Deus, função que era estabelecida unicamente para os sacerdotes, que deveriam ser consagrados e purificados. Uzias desobedeceu uma ordem do verdadeiro Rei na prerrogativa de ser um rei poderoso e abençoado, de modo que, ao fazê-lo, tentou usurpar a autoridade de Deus, ao ponto que a indignação dele para com a exortação e confronto do sumo sacerdote Azarias parece confirmar a deliberação de seu coração em fazer isso. A consequência de tamanha afronta foi rápida e clara: Uzias foi acometido por lepra na sua testa, de modo que todos podiam ver (2Cr 26.17-19). A lepra de Uzias, um sinal de impureza aos olhos de todos os homens, parece ter sido a manifestação física da impureza maior que ele demonstrara em seu coração ao tentar usurpar a glória e santidade de Deus.
A pergunta que pode surgir é a seguinte: ninguém pode, nem jamais viu a Deus Pai, sendo ele Espírito e Invisível, como, então, Isaías contemplou a Deus em seu trono? O próprio Jesus declarou o seguinte:
João 6.46 (RA)
Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto.
A resposta pode ser obtida no próprio texto bíblico. Mais à frente, em sua profecia acerca do Servo sofredor, um dos retratos messiânicos, Isaías atribui a Ele os mesmos atributos designados ao Rei contemplado, Ele será exaltado, elevado e sublime:
Isaías 52.13 (RA)
Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime.
No Novo Testamento, o apóstolo João torna mais clara ainda a interpretação desse fato ao revelar o cumprimento das palavras do profeta Isaías aplicadas à incredulidade dos judeus quanto à pessoa de Cristo. No versículo 41 do capítulo 12 do evangelho segundo João, nos é dito o seguinte:
João 12.41 (RA)
Isto disse Isaías porque viu a glória dele e falou a seu respeito.
Isaías contemplou Aquele que é a imagem do Deus invisível (Cl 1.15), ele viu a glória e santidade de Deus na Pessoa do Cristo pré-encarnado. Jesus é o Rei Soberano, Exaltado, Elevado, Sublime e Santo a quem Isaías viu e em quem habita toda a autoridade e governo. Mas não devemos entender que ele viu exclusivamente e de forma limitada a Cristo, mas que ele viu ao Deus Pai, o Senhor dos Exércitos, através da glória manifesta pela imagem de Cristo. Deus se revela a nós através de sua Palavra e do Seu Filho!

A vida diante da face do Rei (Is 6.2)

Isaías 6.2 (ARA)
Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava.
Agora, o profeta tira os seus olhos do Rei e percebe os servos que estão diante dEle. Ele declara que “Serafins estavam por cima dEle”. O termo “serafins” vem do hebraico “sarap”, o mesmo termo utilizado para as serpentes abrasadoras que atacaram o povo de Israel no deserto. Muitos, a partir disso tentam entender a aparência desses seres como uma aparência de serpente, de modo que nada podemos tirar de conclusão quanto a isso. O termo parece estar mais associado algo como “abrasador”, algo com aparência de fogo.
O fogo é, geralmente, associado à santidade de Deus, de modo que vários textos associam-na a manifestações de fogo (como no episódio da sarça ardente) ou comparam-na a ele (como em Deuteronômio 4.24 - “Porque o Senhor, teu Deus, é fogo que consome, é Deus zeloso”). Isaías contempla o Rei na plenitude de Sua glória e santidade, mas quando direciona seus olhos aos servos desse Rei contempla-os como um reflexo e representação da santidade de Deus.
Aqui, precisamos de uma pausa relevante: ao desecrever estes seres, o profeta não está de forma alguma criando algum tipo de angeologia ou mesmo estimulando seus ouvintes e leitores a se enveredarem pelo interesse da anatomia angelical. Sua intenção em descrever esses seres como servos do Rei é exaltar a glória e santidade de Deus.
Isaías então segue para uma descrição comportamental desses seres que cercam o Rei dos reis: “cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava”. Existem algumas possíveis interpretações para esse comportamento:
1 - A santidade irradiada pelo Rei é tamanha que é impossível de ser fitada face a face, assim como quando tentamos olhar diretamente para o sol. Esse é um comportamento comum frente a revelação da glória e santidade de Cristo descrita no Novo Testamento:
Em Mateus 17.1-6, o texto que descreve a transfiguração de Jesus, nos é dito que o Seu rosto resplandeceu como o sol e suas vestes se tornaram brancas como a luz, modo que os discípulos caíram de bruços com grande medo.
Em Apocalipse 1.13-17a, nos é revelada (também através do apóstolo João) a aparência gloriosa e santa de Jesus: o Seu rosto brilha como o sol em toda a sua força, seus olhos são como chamas de fogo e seus pés são como o bronze polido refinado em fornalha. Quem pode manter-se fitando o sol em toda a sua força?
Nao somente isso, mas os servos do Rei também cobrem os seus corpos (uma possibilidade para a tradução do termo “pés”) para guardar a pureza de não se exibir diante da presença do Rei;
2 - A segunda interpretação possível, tem uma percepção menos física que a primeira. Eles cobrem o rosto para guardar-se da curiosidade do “ver”. Eles não precisam ver para crer, viver em santidade e declarar a santidade de Deus. Assim como eles cobrem os pés como um possível sinal de guardar os seus caminhos unicamente para serviço do Rei. Essa interpretação tem um respaldo da mensagem que é entregue ao profeta mais adiante.
3 - Por fim, eles podem cobrir os rostos e os corpos porque sabem que estão diante da presença dAquele que é totalmente Outro, da única fonte de Santidade e Glória; por isso, colocam-se no devido lugar, eles não expõem a “glória” e “santidade” de seus corpos celestes, mas a cobrem para, de modo algum, tentar usurpar (ou “competir”) com a Santidade e Glória do Rei.
Seja qual for o motivo, todas as possibilidades são aplicáveis diante do Rei que é Santo: viver em temor, reverência, adoração e louvor racional. Com 4 asas eles adoravam e com 2 eles serviam.
Ele é o Santo que revela quem todos os outros verdadeiramente são. O “ser santo” é justamente viver como um reflexo da Santidade do nosso Deus e Rei, não buscando usurpá-la como fazem os ímpios soberbos e altivos. Como não usurpamos a santidade e glória de Deus? Quando nos colocamos em nosso devido lugar; quando vivemos refletindo a santidade de Deus; quando nos colocamos em total reverência, temor e adoração a Ele e quando entregamos nossa vida em total serviço dEle. Essa é a vida daquele que vive diante da face do Rei.

O louvor racional ao Rei (Is 6.3)

Isaías 6.3 (ARA)
E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
O profeta continua a descrição dos servos celestiais do Rei. Ele declara que eles “clamavam uns aos outros”. O termo “clamavam” (qara) refere-se a uma contínua proclamação, uma contínua nomeação. O profeta nos diz, então, que esses servos vivem proclamando em forma de louvor a santidade de Deus, mas, o interessante é que não proclamam direcionando-se ao Rei. Faria sentido termos aqui que eles proclamavam ao Rei quanto à sua santidade. Em vez disso, nos é dito que eles vivem a mutualidade da proclamação da santidade de Deus, eles proclamam “uns aos outros”. Eles estão na presença de Deus, vivem diante da face de Deus, todos sabem que Ele é Santo, mas estão continuamente proclamando uns aos outros acerca da santidade de Deus.
Mas vamos ao conteúdo da mensagem proclamada: eles proclamam continuamente que Deus é “Santo, Santo, Santo”. A repetição tripla da santidade divina tem um propósito muito conhecido entre os judeus, tendo por objetivo denotar a unicidade e magnitude do atributo descrito. Por exemplo, o profeta Ezequiel utiliza do mesmo recurso para enfatizar a unicidade e magnitude da destruição que Deus trará como juízo para Israel:
Ezequiel 21.27 (RA)
Ruína! Ruína! A ruínas a reduzirei, e ela já não será, até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a ele a darei.
Davi demonstra a unicidade e magnitude do seu sofrimento pela morte de seu filho Absalão utilizando o mesmo recurso:
2Samuel 18.33 (RA)
Então, o rei, profundamente comovido, subiu à sala que estava por cima da porta e chorou; e, andando, dizia: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!
O que os serafins proclamam uns aos outros é que Deus é a Única fonte de santidade, Ele é o Único Santo, a sua natureza é constituída da Santidade a qual nenhum outro possui. Ele é totalmente Santo, ele é totalmente Outro. Não há ninguém igual a Ele! Mas eles não param por aí e continuam declarando que "toda a terra está cheia” da glória dEste que é Santo, Santo, Santo. Aqui chegamos a uma ponto interessante interessante a respeito da santidade de Deus: a visão mais comum era que a presença de Deus estava no templo e, mais especificamente, no lugar Santíssimo; entretanto, eles declaram uns aos outros que toda a terra está cheia da glória de Deus. Assim como a glória e santidade de Deus preenchia todo o Templo, não só o lugar Santíssimo, ela se estende para toda a terra. O Templo, o palácio de Deus, tratava-se do epicentro da presença de Deus no seu povo, o epicentro de sua santidade, mas toda a terra é dEle (Êx 19.5) e é preenchida por sua santidade e glória. Paulo, falando aos colossenses, fala acerca da santidade de Deus revelada na pessoa de Cristo quando diz:
Colossenses 1.15–16 (ARA)
Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
Por isso, todo pecado e iniquidade debaixo do sol é contra a santidade do Deus Santo e Glorioso, passível de ira e justiça, porque toda a vida, glória, magestade e riqueza presente no cosmos está repleta da santidade de Deus, ou tudo vem dEle que é o Único com poder para criar e manter toda a criação. Ele é Único, Ele é Poderoso, Ele é a fonte de toda a vida, Ele é Santo, Santo, Santo.

Conclusão e aplicações

Irmãos, partindo para a conclusão e algumas aplicações, preciso dizer que este primeiro sermão teve por objetivo manifestar a revelação dAquele que é Santo, Santo, Santo; Aquele que é totalmente Único, totalmente Outro; Aquele que reina Soberano, sobre tudo e todos, assentado em Seu alto e sublime trono; Aquele que é a fonte de toda a santidade, sendo ela a Sua própria essência. Não há ninguém igual a Ele, inclusive, nós mesmos não somos. Então, meus irmão, não busquemos usurpar a santidade e domínio de Deus em tentarmos sermos os deuses de nossas próprias vidas. A santidade de Deus diz exatamente a respeito disso, Ele é Único, Ele é a fonte de toda a vida, pureza e poder; Ele é totalmente distinto de tudo aquilo criado; Ele é totalmente Outro.
É diante da face desse Rei, que tem o rosto como o sol em toda sua força e os olhos como chamas de fogo que adentram o mais profundo de nosso ser, que vivemos. É diante de Sua santidade que nos encontramos, porque toda a terra está cheia de Sua glória e santidade. Meus irmãos, quando entendemos isso, chegamos à primeira resposta para por que precisamos seguir uma vida de santificação: precisamos ser santos, porque Ele é Santo, Santo, Santo. Isso não quer dizer que nos igualaremos a Deus em santidade, porque ele é a fonte de toda a santidade. Precisamos ser santos ao manifestar nessa vida que o nosso caráter reflete o caráter do nosso Deus, o Rei a quem servimos.
Isso traz consigo uma série de responsabilidades para as quais devemos nos atentar:
Primeiro de tudo, devemos manter em mente que vivemos em todo instante diante da face do Único Rei e Único que é três vezes Santo. Se esquecermos disso, certamente não atentaremos para as demais responsabilidades e usurparemos aquilo que só ocmpete a Deus, tentando sermos os deuses de nossas vidas. E meus irmãos, cuidemos de atentar para essa responsabilidade, porque podemos até estar na igreja, prestando culto, mas vivendo diante de nossa própria face;
Cientes de que estamos diante da face de Deus, precisamos viver em total temor, reverência, adoração e serviço a Ele. Não nos gloriemos meus irmãos, nem nos ensoberbeçamos, pois este é o caminho contrário ao caminho de santificação.
Assim como os anjos que cercam a Deus refletem a santidade de Deus como chamas de fogo, nós também precisamos refletir a santidade de Cristo nesse mundo. Assim como Cristo é a luz para esse mundo, como seus servos, precisamos refletir essa luz. Refletir a santidade e luz de Cristo e se revestir do caráter dEle. Para isso precisamos conhecer e nos manter diante da revelação dEle através de Sua Santa palavra.
Irmãos, viver diante da face de Deus é muito mais do ser moralmente correto, significa santificar-se através de uma vida que reflita o caráter do nosso Deus. É para isso que os servos do Reino de Deus foram chamados.
Mateus 13.36–43 (ARA)
Então, despedindo as multidões, foi Jesus para casa. E, chegando-se a ele os seus discípulos, disseram: Explica-nos a parábola do joio do campo. E ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos. Pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século. Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes. Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.
O texto de Mateus 13.36-43 traz a narrativa da redenção daqueles que realmente vivem nessa vida entendendo que encontram-se diante da face de Deus, vivendo como os servos celestes que cercam o trono da glória de Deus: refletindo a santidade de Deus em suas vidas, adorando a Ele com os seus corpos e servindo a Ele em todo tempo. Aqueles que resplandecem a santidade de Deus aqui, certamente resplandecerão como o sol no reino do Pai refletindo a glória e santidade de Deus, à semelhança dos serafins.
Entretanto, o mesmo texto traz a narrativa para aqueles que vivem como aquém, como distantes da face de Deus; aqueles que vivem desconsiderando a Deus, ou achando que Ele não é quem Ele se revela que é, ou mesmo aqueles vivem na hipocrisia de tentarem esconder-se na escuridão dos seus pecados, como se quem estivesse diante deles não fosse o Deus que vimos nessa noite. Seu destino será o fogo da fornalha acesa, não o fogo da santidade que glorifica, mas o fogo da santidade que consome (Dt 4.24). Não nos deixemos enganar irmãos, vivemos diante da face do Rei cujo rosto resplandece como o sol em toda a sua força e cujos olhos são como chamas de fogo. Ele quebra qualquer altivez, de modo que todos se dobram diante de sua face, e seus olhos sondam o mais profundo abismo de nossas almas. Por isso, busquemos ser santos, porque Ele é Santo, Santo, Santo!
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